Legalização da Maconha - Da Liberdade à Falência Cultural
Início da matéria
A legalização da maconha (ou descriminalização, se preferir!) é
mais do que uma luta por direitos. É também um exemplo de como a “evolução”
cultural da humanidade, apesar de todo desenvolvimento tecnológico/intelectual,
não é sinônimo de um bom conhecimento para o humano. Na realidade, ele pode ser
tão destrutivo quanto uma bomba atômica, a única diferença está na filosofia
que lhe atribuímos e no formato que opera. No caso da bomba é a filosofia da
“defesa”, enquanto para a maconha é a de liberdade! Ambos os pensamentos “justificados”
por conceitos que lhes foram dados, igualmente destrutivos, mas com atuações
diferentes. Então significa que a legalização da maconha na perspectiva cultural
tem o mesmo efeito de uma bomba atômica? A diferença é que uma tem o efeito devastador visto imediatamente, enquanto a outra se percebe apenas com o tempo. Continue lendo para entender melhor:
A maconha de fato não é o
problema por si só. Quem discute o tema legalização das drogas, analisando
apenas a droga em questão, seus riscos no organismo, por exemplo, está fazendo
uma crítica parcial e limitada sobre o assunto. A problemática é cultural e
envolve a concepção de humano em convívio com a sociedade. Por esse motivo, não
diz respeito apenas à maconha, cocaína, mas também ao álcool, cigarro e
derivados. Reformulando então o que penso devera ser a ênfase do assunto, a
questão seria:
Por
que legalizar uma substância que é, na absoluta maioria das vezes, motivo de
alienação e dependência humana? Não seria mais correto promover uma cultura
onde as drogas não fossem um requisito de “subsistência” emocional para uma
soma de pessoas em conflito com a realidade?
Incluo nisso todas as
substâncias alucinógenas, pois como escrevi acima, a maconha apenas não
representa o que está em questão, mas sim o que ela, como substância psicoativa,
aponta existir numa sociedade em que diversos problemas “pesam” nos ombros de
todos nós. Quem diz não haver relação do uso de entorpecentes, incluindo a
maconha, com a dependência e os motivos de “fuga ou alívio” social, está sendo
desonesto intelectualmente. Faço uso das palavras do ex-viciado Rodolfo Abrantes (ex-raimundos) em
entrevista no Altas Horas, quando disse que para saber a relação de dependência
de um usuário de maconha, por exemplo, basta retirar dele o baseado (cigarro) e
ver como fica o seu estado. Não é preciso ir longe para constatar isso, vemos
também nas mesas de bar, “baladas”, onde o consumo de cerveja e outras bebidas
possuem extrema relação com o estado afetivo/psicológico dos sujeitos, ao ponto
de tornar “sagrado” o momento de “encher a cara”. Nada anormal
se não sugerissem muito mais do que um simples momento esporádico de prazer e descanso
mental, mas também o de um “alívio” e “alegrias” sustentados por uma dependência
real daquelas substâncias.
Penso que temos diante de
nós, não a legalização da maconha, mas do estado depressivo no qual se
encontram diversas culturas humanas. Não por acaso as “doenças da alma”, como
estão sendo chamados os transtornos de humor, tal como ansiedade
(neurose), depressão, histerias e manias, são as que mais cresceram nos últimos
anos, e com expectativas alarmantes.
Tornar legal, portanto, as drogas, é o
mesmo que oficializar o estado de humor doentio no qual muitos jovens,
adolescentes e adultos se encontram, fazendo uso de entorpecentes para “mascarar”
a dura realidade de uma cultura cada vez mais sem identidade (Stuart Hall) que gira em torno
do consumo, da exploração e do poder.
Por fim, o ser humano é
livre para decidir sua própria vida, mas existem determinadas condutas que não
se restringem apenas a esfera particular, pois tem o poder de afetar também os
que estão a sua volta. Esse é um dos principais malefícios das drogas (em
geral). O Estado, portanto, tem o dever de coibir qualquer ação que venha
colocar em risco a saúde e o bem estar coletivo. Precisamos para isso rever nossos
conceitos sobre cultura, querendo entender os verdadeiros motivos que levam ao
uso de drogas e não meramente seus efeitos. Se o que leva jovens às ruas reivindicar
o uso de maconha é o resultado de um desejo espontâneo pela liberdade em decidir
a própria vida, ou se é o indício de uma cultura adoecida por uma opressão que já
não nos permite mais decidir. Eu penso que vivenciamos o segundo caso, por isso afirmo sem dúvidas que SOU CONTRA a legalização da maconha!
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