Uma Psicologia do Trabalho para o Trabalhador!
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O que é possível realizar no âmbito da psicologia organizacional, para a manutenção do papel do trabalho como lugar de expressão das potencialidades do trabalhador?
A
Psicologia, promotora do conhecimento humano e suas dimensões, deve no âmbito
do trabalho contribuir para que o trabalhador tenha no exercício de sua função,
não apenas a construção de resultados relacionados a empresa no qual atua, mas também
daquilo que venha constituir os fatores motivadores da sua ação, não como
trabalhador(a), simplesmente, mas como pessoa.
No
mercado competitivo onde a própria Psicologia é posta em “cheque” quando a
serviço deste, os profissionais da atualidade não querem apenas ocupar uma
função, eles querem mais do que uma vaga, querem sim a oportunidade de alcançar objetivos, metas muito
bem definidas. E para isso estão dispostos a ir além do dever. Querem se
destacar, cumprir suas obrigações de modo que posam ver nisso um "Q"
de especialidade, algo que seja característico de sua personalidade, visão e
conhecimentos. Eles são as "pedras preciosas" que muitos
empregadores, se preciso, criam novas atribuições em suas empresas para não
perdê-los. A Psicologia entra como facilitadora no processo de descoberta
desses e outros trabalhadores, mediando suas expectativas, aliando-as às
necessidades da empresa, galgando sempre novas possibilidades, para que ambos, tanto a
empresa como o profissional, possam alcançar seus objetivos.
Assim
podemos delimitar medidas que favoreçam esse desenvolvimento mútuo,
questionando posturas que venham “alienar” as visões da empresa e do
profissional, partindo para uma conscientização da pessoa humana – no –
trabalho, tendo por objetivo fazer com que resultados se tornem consequências
não de meras obrigações, mas, talvez, até mesmo de um hobby! Portanto, vejamos
a seguir algumas dessas medidas:
a) Incentivar
a gestão de ânimos!
O Psicólogo organizacional
deve intervir no modo de entender a administração de pessoas, fazendo a empresa
olhar seus funcionários como - unidades
motivadores – do ambiente, baseadas não apenas na expectativa da empresa,
mas objetivos que este possui com seu trabalho.
Gerenciar pessoas, muito
mais que números, portanto, é compreender antes dos resultados os alicerces de
sua motivação, potencializando os pontos positivos e trabalhando os negativos.
Fazendo com que pessoas sejam o foco dos resultados, antes dos números, para que
os números sejam consequência de pessoas focadas, cada uma, em suas próprias metas, contribuindo assim para o objetivo maior da empresa.
b) Valorizar
a escuta do trabalhador
A excelência de uma empresa
deve ser medida pela sua capacidade de agregar não um montante X de números,
mas de atribuir valores aos números que são, ao final, consequência desses
valores. Esse processo tem a ver com pessoas e pessoas tem a ver com objetivos.
Como então trabalhar objetivos se não for atentando para aqueles que os
constroem? Escutar significa valorizar a
fala do profissional, suas queixas, sugestões, dificuldades, sendo enquanto
Psicólogo do trabalho um mediador entre a fala e o que venha ser por parte da
empresa o conjunto de ações tomadas em prol dessa fala.
c) Promover
o desenvolvimento pessoal
Incentivar o desenvolvimento
pessoal, profissional, é conscientizar o trabalhador de suas capacidades, dando
a ele opções de crescimento dentro e até fora da empresa. Fazer isso é criar
meios simples de acesso desse trabalhador à educação, seja ela independente do oferecido
pela empresa ou mesmo em prol dela. É enxergar no desenvolvimento do
trabalhador a possibilidade de crescimento da sua própria mão de obra.
Crescimento que se dá em qualidade, visão e gerência!
d) Cultivar
a integração social como um conceito de trabalho
No fim de qualquer trabalho
está o árduo desejo humano de realizar-se enquanto pessoa. O trabalho é, muitas
vezes, apenas um meio de alcançar essa realização. Por outro lado existem os
que fazem do hobby um trabalho, mas essa, no entanto, não é a maioria. A
Psicologia organizacional não pode transformar em hobbies os trabalhos humanos,
mas pode contribuir aproximando o trabalhador de um entendimento em que o
trabalho desempenhado por ele seja um meio, onde hobbies e outros elementos
sejam parte de várias conquistas, tornando-se, portanto, um trabalhador cada
vez mais realizado. Criar vínculos entre os profissionais, meios de
relacionamentos, troca de experiências, trabalhos em grupo, são maneiras de
cultivar a pessoa humana em meio, algumas vezes, ambientes apáticos, poucos
sugestivos e repressores. São maneiras de criar espaço para que as
potencialidades da pessoa humana e, consequentemente do trabalhador, possam
emergir como fontes de muitas possibilidades.
Por
fim, essas foram algumas medidas apresentadas que embora resumidas, deram a
entender o quanto à Psicologia do Trabalho pode contribuir no ambiente
organizacional. Tais medidas esboçam o caráter comportamental do sujeito,
expondo sua relação com o ambiente, onde as dinâmicas interpessoais são, muitas
vezes, conflitivas na perspectiva prática e teórica, em relação ao modo de
entender trabalho. É mister, portanto, que o Psicólogo do trabalho desempenhe
uma função mediadora, facilitadora e portanto interventora nas relações do
profissional com seu trabalho, o que nos faz entender que tais ações não se
colocam simplesmente a serviço do organizacional, mas da pessoa humana como um
todo, independente de qual lado ela esteja!
Abraço e até a próxima...
Abraço e até a próxima...