Irmão de Kim Jon-Un implorou ao líder Norte-Coreano pela vida em 2012
As informações são do Diário de Notícias português, divulgadas abaixo:
Kim Jong-Nam tinha pedido ao meio-irmão Kim Jon-Un para lhe poupar a vida
Kim Jong-Nam, filho mais velho do falecido líder da Coreia do Norte Kim Jong-Il, foi assassinado na segunda-feira.
Kim
Jong-Nam, meio-irmão de Kim Jong-Un, alegadamente assassinado na
segunda-feira, implorou ao líder norte-coreano para poupar a sua vida e a
da sua família após uma tentativa de assassínio em 2012, afirmaram hoje
deputados sul-coreanos.
Kim Jong-Nam,
filho mais velho do falecido líder da Coreia do Norte Kim Jong-Il, foi
assassinado na segunda-feira no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia,
alegadamente por duas mulheres presumivelmente ao serviço da Coreia do
Norte em circunstâncias ainda envoltas em mistério.
Segundo
declararam hoje deputados sul-coreanos aos jornalistas, após uma
reunião à porta fechada com o chefe do Serviço Nacional de Inteligência
(NIS, na sigla em inglês), Lee Byung-Ho, agentes da Coreia do Norte
tentaram assassinar Kim Jong-Nam em 2012, incidente que levou depois o
meio-irmão de Kim Jong-Un a implorar ao líder norte-coreano que poupasse
a sua vida e a da sua família.
![]() |
"Segundo [Lee Byung-Ho], ele foi vítima de
uma tentativa de assassínio em 2012 e Kim Jong-Nam enviou em abril
desse ano uma carta a Kim Jong-Un dizendo: 'Por favor, poupa-me e à
minha família'", relatou Kim Byung-Kee, membro de comissão parlamentar
sobre os serviços de informação, aos jornalistas.
A
família de Kim Jong-Nam -- a sua atual e anterior mulher e os seus três
filhos -- vive atualmente em Pequim e em Macau, segundo Lee Cheol-Woo,
um outro membro da mesma comissão parlamentar sul-coreana.
"Eles
estão sob a proteção das autoridades chinesas", afirmou, confirmando
que Kim Jong-Nam entrou na Malásia no dia 06, ou seja uma semana antes
de ser morto.
Kim Jong-Nam, de 45 anos,
que era conhecido como um partidário de reformas no seu país,
manifestou-se crítico do modelo de sucessão dinástica e vivia de facto
no exílio.
A Coreia do Sul só confirmou
hoje oficialmente que o meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim
Jong-Un, foi assassinado na Malásia, depois de a informação ter sido
avançada na terça-feira pelos 'media' sul-coreanos.
Kim
Jong-nam, que estaria aguardando um voo para Macau, foi envenenado na
segunda-feira por duas mulheres, não identificadas, no aeroporto
internacional de Kuala Lumpur, acabando por sucumbir a caminho do
hospital. Entretanto, a polícia malaia
divulgou hoje uma imagem de uma das duas mulheres suspeitas de terem
assassinado o meio-irmão do líder norte-coreano, retirada das gravações
das câmaras de segurança do terminal 2 do aeroporto de Kuala Lumpur.
Nas
imagens surge uma mulher com traços asiáticos, tez branca e cabelo de
tamanho médio, vestida com uma camiseta branca e uma saia azul, antes de
apanhar um táxi.
A polícia indicou que foi iniciada uma operação de busca pelas duas suspeitas do ataque contra Kim Jong-Nam.
Entretanto,
o corpo de Kim Jong-Nam foi transferido numa ambulância, escoltada por
diversos veículos da polícia, até ao Hospital Geral de Kuala Lumpur,
para a realização da autópsia, de modo a determinar-se a causa da morte e
a confirmar a identidade, segundo o jornal The Star.
Pelo
menos três carros com matrícula diplomática e pertencentes à
representação da Coreia do norte no país encontram-se estacionados no
recinto hospitalar.
O inspetor-geral da
polícia malaia, Khalid Abu Bakar, indicou, no seu mais recente
comunicado aos 'media', que, segundo os documentos, a vítima tinha
passaporte com o nome Kim Chol.
Hoje, o
primeiro-ministro e atualmente Presidente em funções da Coreia do Sul,
Hwang Kyo-Ahn, declarou que o assassínio de Kim Jong-Nam por agentes ao
serviço da Coreia do Norte, se confirmado, ilustra "a brutalidade do
regime" de Pyongyang.
"A confirmar-se
que o assassínio foi levado a cabo por parte do regime norte-coreano
tratar-se-ia de um flagrante exemplo da sua natureza brutal e desumana",
afirmou Hwang Kyo-Ahn, durante a referida reunião, convocada hoje de
urgência pelo Executivo para analisar a situação, segundo a agência
noticiosa Yonhap.
Hwang Kyo-Ahn sublinhou a "grande importância" de se esclarecer o caso, assinalando que Seul se encontra a "analisar de perto os movimentos da Coreia do Norte" para determinar o seu eventual impacto na segurança da Coreia do Sul.
Kim Jong-Nam, que teria cerca de
45 anos, era o filho primogénito do ditador norte-coreano Kim Jong-il,
filho da sua primeira concubina, a atriz Song Hye-rim. Até ao início do século XXI era considerado o provável sucessor do pai, que morreu no final de 2011. Em
2001, no entanto, foi detido no aeroporto de Tóquio com um passaporte
falso com o qual alegadamente queria visitar um parque da Disney no Japão.
Kim Jong-Nam emigrou para a China em 1995 e vivia desde então entre Pequim e Macau.