Baleia azul - Governo determina prisão para quem incentivar o suicídio na internet
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A Câmara dos Deputados da Rússia aprovou na última sexta-feira uma lei que pune com prisão quem cria nas redes sociais os chamados "grupos da morte", como o jogo da Baleia Azul, e a incitação de menores de idade ao suicídio.
A norma, que surgiu pouco depois da publicação do artigo no jornal "Novaya Gazeta" sobre a existência de "grupos da morte" virtuais que supostamente incentivaram mais de 100 internautas jovens a se matar, foi aprovada por unanimidade. Assim, no Código Penal Russo aparecerão três novos artigos: instigar o suicídio e ajudar a cometê-lo, organizar grupos que incentivem o suicídio e captar menores para participar de atividades que ameacem sua integridade física.
A lei precisa agora passar pelo Conselho da Federação, o Senado russo, e ter a assinatura do presidente, Vladimir Putin. De acordo com a imprensa local, as penas podem chegar a oito anos de prisão.
Alguns críticos, dizem que a nova legislação permite múltiplas interpretações e dá margem a punir alguém por uma declaração infeliz. Além disso, indicam que os dados sobre as várias mortes provocadas pelos "grupos da morte" até agora não foram oficialmente confirmadas.
Comentário:
Seria um absurdo se fosse diferente! Quem incentiva o suicídio está sendo responsabilizado, ainda que indiretamente, pela morte de alguém. Sem dúvida tal pessoa deve ser punida com o rigor da lei, desde que os critérios na definição do que é ou não incentivo sejam claros e comprovados.
Destaco a necessidade de se reconhecer esses incentivos, também, através dos filmes, seriados, desenhos e jogos eletrônicos. A internet está repleta de conteúdos incentivando o suicídio, não apenas de forma indireta, como direta.
É necessário que a indústria de comunicação adote uma campanha de saúde mental visando combater a disseminação de ideais suicidas, especialmente dos que romantizam o tema, como demonstrado na série 13 Reasons Why. Ou será que a indústria multimilionária do cinema, ainda que doentia, deve prevalecer em nome da "arte"?
Fonte: Efe
Comentário: Will R. Filho