Bolsonaro autoriza estudo para privatizar os Correios: "A empresa foi foco de corrupção"
O presidente Jair Bolsonaro confirmou rumores divulgados na semana passada sobre a privatização dos Correios: o governo tem “sinal verde” para iniciar os estudos sobre a venda da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), com o objetivo de enxugar a máquina pública e reduzir dívidas.
A estatal teve lucro em 2017 e 2018, mas sofreu perdas de R$ 5 bilhões nos dois anos anteriores.
“Dei sinal verde para estudar a privatização dos Correios”, disse Bolsonaro em café da manhã com jornalistas na quinta-feira (25). Ele aprovou a ideia de vender a estatal, e quer conseguir apoio popular relembrando os casos de corrupção envolvendo a empresa, além de suas perdas financeiras.
Os Correios tiveram lucro de R$ 161 milhões em 2018, e mais R$ 667,3 milhões em 2017, após quatro anos consecutivos de prejuízos. Ela segurou os gastos, fechou agências, encerrou o e-Sedex (versão mais barata do Sedex) e passou a cobrar taxa de R$ 15 em todas as encomendas internacionais.
"Temos que rememorar para a população o seu fundo de pensão. A empresa foi o início do foco de corrupção com o mensalão, deflagrando o governo mais corrupto da história. Com o Foro de SP destruíram tudo nome da Pátria Bolivariana", disse Bolsonaro nesta sexta-feira (26) em suas redes sociais.
Para a equipe presidencial, se a ECT for privatizada, ela terá “mais liberdade para se modernizar e responder às mudanças no mercado promovidas pelo comércio eletrônico”, segundo uma fonte da Reuters.
Marcos Pontes, ministro das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação, defende que a privatização dos Correios seja feita “de forma responsável e lógica, sem precipitação”. Ela deve considerar as necessidades estratégicas do Brasil, o retorno para o governo e os direitos dos funcionários — são mais de 100 mil servidores. (A ECT é subordinada ao ministério.)