Comunismo: Coreia do Norte ordena que cachorros sejam entregues a restaurantes
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O regime comunista da Coreia do Norte iniciou uma campanha contra a posse de cães de estimação entre a elite de Pyongyang, animais que, se criados domesticamente, são vistos como artigos de luxo e símbolos do "capitalismo".
Segundo o jornal sul-coreano The Chosun Ilbo, a medida parece destinada a apaziguar o crescente descontentamento público em meio à terrível situação econômica, onde a falta de alimento entre os mais pobres (?) tem sido um problema grave.
De acordo com o jornal, o líder norte-coreano Kim Jong-un proibiu a posse de animais de estimação em julho, denunciando-a como "uma tendência 'contaminada' pela ideologia burguesa".
“As autoridades identificaram famílias com cães de estimação e estão forçando-os a desistir deles ou confiscando-os à força e abatendo-os”, diz a fonte local.
A revista brasileira Exame também repercutiu a notícia: "Os animais têm sido enviados a zoológicos (que têm os cachorros entre os animais exibidos na Coreia do Norte) ou como fonte de carne em restaurantes", diz a matéria, também reportada pelo UOL.
O envio dos animais para restaurantes seria uma forma de amenizar a crise alimentícia no país, já que "um relatório recente das Nações Unidas aponta que 60% das mais de 25 milhões de pessoas que vivem na Coreia do Norte está sofrendo com falta de alimentos", destacou a Exame.
Donos de animais de estimação estão "amaldiçoando Kim Jong-un pelas costas", mas há pouco que eles possam fazer, de acordo com o jornal sul-coreano.
Os direitos dos animais estão ainda em posição inferior na agenda do regime comunista do país, comparados aos direitos humanos.
A posse de animais de estimação por muito tempo foi considerada uma decadência ocidental, mas as atitudes parecem ter relaxado depois que o Norte sediou o Festival Mundial da Juventude e Estudantes em 1989, e a elite de Pyongyang começou a exibir cachorros de estimação caros como símbolos de status.
A fonte disse: "As pessoas comuns criam porcos e gado em suas varandas, mas funcionários de alto escalão e os ricos possuem cães de estimação, o que alimentou algum ressentimento" [entre os mais pobres].
Um desertor disse que essas repressões geralmente são aplicadas sem grande entusiasmo, mas parecem ser mais severas desta vez, informou o jornal.